Era o vasto
a imensidão
Um demônio separava porções
um espírito guardava limites
um tabu dava o contorno
Até o rio da água vermelha,
o conhecido
Além da pedra do irmão perdido,
o temor
Depois da curva do horizonte em mar,
a queda
Os passos apinhados da experiência
como a ancestralidade de saber a terra
conhecendo o que se compartilhava pelos pés
Ouvia-se com atenção as palavras
das superfícies
que contavam caminhos, sendas, passagens
e das cabeças, as cabaças da memória,
que falavam dos voos
dos barcos
das entranhas calcárias
E havia um respeito pactuado
donde a guerra só aflorava
dado o alinhamento dos planetas
Em alguma beira da história
isso tudo se perdeu ou foi engolido
E do medo, o poder sem limites
brotou como muralhas, limitando
E de pedras sobrepondo pedras
pátrias nasceram
acima do sangue que corria
pelo vasto
pela imensidão