o que sobra são as partículas de pó de julho
junto a junho e vento seco
som de lua e luz de cheia quase ainda
o que sobra o peito aberto sem espanador
por perto um observador
interno externo
ego superego
rolê de rolas
ambulantes falos
falantes paus
proto pensantes
e tudo antes que algo preencha
o que sobra é a sombra solene
selvagem e silenciante da paz
semblante de sóis ao sal dos olhos
o que sobra é o assombro de uma
tarde que finda
sob olhares herméticos
de alfas-ômegas machos
no ocaso dos bastiões
bastões e porretes
o que sobra são os seixos
que rolaram eras atrás
rocha e rolagem
findada pelo explode pop
das engrenagens
roldanas por erguer
peso morto
como o peito vazio
o que sobra é o insumo
para o consumo
preenchido prisma
refratário de luz
que apaga
o ocaso do horizonte
o orí do azimute
o eixo deslocado
e o córtex da galáxia aproximando
o que sobra é o que completou
a necessidade
essa noite quase são joão
que paira e queima
e inteiramente plena
navega no vazio do peito
até cair breu
e avançar espuma pelo
frio da manhã,
sem vida