A poeira toma conta do chão,
dos móveis, dos imóveis, das coisas
imateriais
A poeira toma conta da mente,
do espírito, da
fé
É um pó fino, restolhos de papel,
grãos de arroz, pelos, partículas de peles
primatas
Eu me perco na poeira
fico parco,
pó
Me entremeio
nesse mar de
fragmentos
Em qual lufada de vento que
me perdi, não
sei
Parece que não há como juntar
e às vezes junto tudo debaixo do
tapete
Mas tudo espalha de novo
pela casa, pelo todo, sem
firmeza
Só voos e estacionar
Poderia ser bom, ser lindo,
delicado, livre, mas não
é
É apenas um espalhado
de partes e sujeiras, por toda
parte
Sem fim,
sem firme, ser
despedaçado