recuperar o ar e o arrepio na cabeça
entre o anseio pelas granadas e a degola das cabeças
meditar cada dia cinco minutos a mais adentrando o céu
transmutar a dor dessa terra pelo céu que nos é imposto
admirar o barco zarpando pela pele até tocar as folhas das árvores
rebocar as paredes com sangue e cimento cozidos durante os périplos dos vagabundos
arrebentar-se nos corais das bocas em palavras multicoloridas de peixes e paus
significar os estratos das camadas de gente empilhada e as hordas de terroristas puros
de perto tudo se ocasiona nos ocasos do oriente que arrebenta e cinde as camadas dos hemisférios místicos
é tudo uma constatação abaulada e desidratada que busca as nuvens
nenhuma utopia ainda
heterotopias de heroicos héteros habilis rasgam minha face
e as granadas e as cabeças rolando
e o arrepio na pele à primeira hora da manhã
ainda há de ser um encontro possível
para a vida
como permitir-se pássaros pela cabeça
diante de uma serena explosão