4062.

Ela tinha tentáculos espiralados
que saíam da cabeça
e eram dezenove
Nunca compreendi a numerologia,
mas ali fechava um
O mundo lha dissolvia em sal,
ela vertia
Mas havia um buraco em nossa frente
e falei para pularmos
Ela recuou três passos atrás,
o buraco era escuro e muito,
fundo
Abriu as ventosas dos tentáculos
e pregou-os numas raízes de fícus
que rasgavam a calçada
Eu descarreguei meu carretel
e me empinei,
a linha se prendeu nos galhos do fícus
Ela mexia seus tentáculos
e a árvore balançava,
eu embicava no ar e o rasgava

Sempre haveria aquele buraco
em nossa frente
Ele tinha uma escuridão bonita e vermelha
da matéria de sonhos

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