há esses buracos pelo corpo
mas eles não são percalços
são artifícios aerodinâmicos
para correr mais rápido
e romper o ar
e eu corro, corro, corro
como se não houvesse parada
corro para ver se o futuro
se aproxima logo de uma vez
e se a distância do passado
se concretiza
e se o exercício da história
não se coaduna no agora mais uma vez
e se o eterno retorno não me entorna
daí eu corro demais
só pra me ver passar ao futuro
e transpor esse presente
na base do ansiolítico,
ternamente