Não é paradoxo,
é paroxismo:
amar a beleza flutuante
de paisagem em corpo
em forma,
longitudes que nos alcançam
as vistas;
ser indiferente à beleza
– sempre invisível –
antes da opressão suprema
até a morte da vítima,
quiçá sua loucura.
Matá-los todos,
sem nenhum amor,
apenas o amor
filogenético à espécie
da vida.
Desigualá-los de quem
importa manter a vida
e dispô-los a ser adubo
às espécies – turba –
que mais vibram:
nossas irmãs plantas.
E a cada um que derrubarmos
com seus sangues em nossas mãos,
desonrando tudo o que
eles acreditam,
comprovará não a nossa paranoia
– ela é apenas a percepção
de uma realidade diluída
nos espetáculos deles –,
mas sim a nossa
pronoia.
Sincronicidade da morte para a vida.
A cada um derrubado,
uma nova estrela
surgirá no céu,
não em suas homenagens,
mas para as novas constelações
que ornarão os céus e os signos
de nossas infinitas possibilidades,
enquanto espécimes
da vida.