Coragem para ter medo
e arvorar-se observador
senhor de mil galhos
cientes da sarjeta
e do desarrazoado da vida,
como muros pichados e picados,
como papel queimado
na boca em réstia,
como hóstia.
Desacorda e tira o
nó da corda que enforca.
Coragem é dormir
quando necessário.
Quando a chuva vem.
Sente o vento d’água
vindo da janela?
É um gozo.
Se deixa. Se deita.
Dorme.