o sinal é o sintoma
a linguagem inscrita
na falta de ar
na seca do mar
de se adentrar
antes mesmo de ser
quase vida
o além tátil
de um componente
dado informacional
já matava
camada fina invólucro
agora
de gota em gota
transpassante
viralizava
era feito de homens
e mulheres feitas em homens
e se disseminava
e se dissipava como
dente, em vento, de leão
efêmero e destruidor
o sintoma já era
um gélido calor
na ponta dos dedos
irradiando um gelo
do porvir
polvilhando de agoras
uns amanhãs incertos
arrasador
não via destinatário
quem já posto às
raias de alvorecer ao fim
da segunda guerra mundial
ou quem nativo
das nações dos dedos
desse particular alvorecer
dos novos mil
cem
dez
e de quem entre booms
x
y
z
e o big-bang que virá
numa invertida
cômico
sardônico e sádico
já era viral
era virótico
na base do virote
de gole em gole
míseras combinações
pixelares e pulsares
lacrava-se ao inverter-se
intratável
acometia tudo que tivesse
cérebro
e se instaurava
no caminho do meio
entre o afã e o desejo
no pulso do peito
causando fadiga
e perda do tônus do tesão
paumolente
ainda não era microscópico
era também
mas imagético ao extremo
assassinava primeiro
a reputação
e pulsava anseios
de voar em linha reta
da sacada até o asfalto
mutante
2.0 e beta
teste e testa
besta e fera e besta
nunca bastava
e ao final do primeiro
ano do final enfim
o milênio do agora vai
e do agora volta
– reungido e cordeiro confinado –
matou-se a si ressuscitado
e mutou-se em vírus real
já era viral
agora
voraz vai
numa simbiose bioeletrônica