(para Lanny Gordin)
baloiça a plumagem
num sustenido, açoita
o ar, voa, vai-se entre
o éter a preludiar o céu
faz-se nagual, sem força
só vôo. no vento a sua
silhueta, numa nota um
fluir aquoso ao ar
começo contínuo. séqüito
em penacho sibilante
voraz a intrepidez do vôo
pássaro alfa, passa aqui
a produzir o mundo
movimentos melodiosos
de lá de cima, a real
contemplação. tudo ínfimo,
tudo conexo, tudo briluz
tudo num vôo.
lá de cima o início,
o som primordial.
a primazia de tudo,
nas notas de um vôo.
cosmogonia ornitológica –
mas antes de tudo, num som! –
um vôo. o início
e lá no fim, outra contemplação:
pássaro alfa.