1837. Oremos pelos inocentes

Do alto de sua missiva
Um pároco em sua missa
Matutina, vespertina, noturna
Propõe ao infante
Revelar-lhe os segredos
Do pecado original

Admirador fervoroso da inocência
Pede ao infante a penitência
De entregar o que Deus guardou
Seu corpo e alma
Para agora e depois
Para o mundano e o além

Por detrás dos salmos de Davi
Há o que freudianamente vai marcar
O infante para sempre
Um cristianismo torpe
Misturando salvação e perdição
Pudor e pecado

O pároco da miséria
Dá aos seus filhinhos
Não as bênçãos de um futuro paraíso
Mas a angústia e a dor
De ser apenas um bibelô
Para um padre desgraçado

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