longe a voz se faz
a mecânica tesa da acústica das fibras
que compõem os sentidos
percebe a vibração desde já
imagens turvam a vinda
turbilhonam bilhões de textos
fazem a voz dançar
derramam expectativas esparsadas
– esses espaços da espera
longe, há voz vindo
sorrindo em explosão
vibra desde lá já cá frações
– mesmo, já denunciava a primeira explosão:
os ecos longínquos lançados ao além,
existência urgente desde a grande
balbuciam grotescas conexões
os sentinelas de agora e essa voz que já se prevê
pois urra o fim versado no início
caminha pela vastidão árida do futuro
até a planície desde agora
perpassa lapso vindouro
eco sonhado
nos vales do passado
nos fossos abismais e nas fossas abissais
do tempo da existência:
o pretérito, como prisma a decompor a luz do ser
mas longe a voz se faz
pós escrito lido antes
reverbera no peito
posto isso, o prenúncio da voz que vem medita:
há o agora
limpando estrelas:
a derradeira lida, o único eito