devagar, como naqueles tempos
em que assistimos aos capítulos finais
– e estávamos lá, vivemos!
ainda percorrem nossas veias esses tempos
como no compasso de tecer rendas de bilro
moldar o barro em roda até cerâmica
devagar, como nos mitos e nas lendas
como no tempo de pórticos e portais
de umbrais
eu te descubro sem pressa,
demorado lençol de longas tardes
eu te descortino vagaroso,
abrindo ao teu consentimento tuas janelas
alicerce para o voo, firmamento
calmo e devagar
como nas cartas de 1700
como passos no passeio público
pique-nique no bosque e vereda de tardinha
uma imensidão de por-do-sol sem fim
até, lentamente, você me descobrir dentro da tua noite
essa que ainda não sei
dédalos.
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caos e cosmos.
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