o dever é o de libertar afetos
o dever nenhum, pois
não houve empréstimos
ninguém tratou de dívidas
tampouco houve aposta
há sim vida
o som mesmo me afeta
enfeita corpo e cabeça
com o invisível
me sinto mais bonito
quando sons me adornam
mais que quistos e soltos
a sinuosidade dos toques
que me tocam
a síncope e a cadência
que me ritma
seja de qualquer mão que venha
há quem não goste
e arranje artes de desgostar
esquece de libertar os afetos
como aquele primeiro de todos
de dentro de si
liberta
deixa-se gostar