3700.

o dever é o de libertar afetos
o dever nenhum, pois

não houve empréstimos
ninguém tratou de dívidas
tampouco houve aposta
há sim vida

o som mesmo me afeta
enfeita corpo e cabeça
com o invisível
me sinto mais bonito
quando sons me adornam
mais que quistos e soltos

a sinuosidade dos toques
que me tocam
a síncope e a cadência
que me ritma

seja de qualquer mão que venha

há quem não goste
e arranje artes de desgostar
esquece de libertar os afetos

como aquele primeiro de todos
de dentro de si
 

liberta
deixa-se gostar

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